quinta-feira, 17 de julho de 2014

Dodge Charger RT 1978 Vermelho Verona

                  Seu João Luis Amável Marcos, falecido, pai da minha esposa Valquíria, foi o responsável indireto (e totalmente direto) na aquisição deste RT, ele e sua C-10.  Como já falei aqui em outras postagens, seu João foi proprietário da Chevrolet C-10, ano 73, que uso hoje, diariamente!
                       Pois bem, na época, alem da Chevrolet, seu João era também  proprietário de uma grande serraria, acho ate que a maior da região!
                       Bueno, naquela época a C-10 foi uma pick-up de uso diário, da lida, do trabalho pesado mesmo. Seu João há usava diariamente, assim como um dos seus funcionários. Talvez, aguçando um pouco a imaginação, possa-se imaginar o quanto e como, foi tratada naqueles anos. Também os maravilhosos lugares que passou, nos rincões deste estado, nas inúmeras derrubadas de mato.
                       E, assim como o destino de certos carros é parecido com o de algumas certas pessoas, esta, nasceu para não ser poupada.  Assim como foi destratada no passado, hoje, também, assim a é!
                       Estou falando sobre a Chevrolet do meu sogro pois ela foi o pivô, a causa direta na aquisição do dodge da postagem de hoje.
                        Voltando um pouco no tempo,  eu , ao infiltrar na família da minha esposa, conforme ia me familiarizando, ia , aos poucos, tomando certas liberdades. Não poderia ser diferente, claro, comecei a enaltecer o que gostava, ou seja, os Dodges!!
                     Conforme o tempo foi passando, minhas ideias sempre batendo na mesma tecla, aos poucos, de tanto eu falar, seu João também começava a perceber (forçosamente) as inúmeras qualidades que os dodges tinham (e tem).
                    Como o tempo é implacável para todos,  a C-10 do seu João também , aos poucos, sofria a severa e impiedosa ação do serviço pesado. Certo dia conversando com meu sogro, este relatou um defeito na Chevrolet, a qual o atormentava. Ela começou a apresentar problemas no trambulador de marchas, que seguidamente, acavalava as marchas pela folga excessiva nos seus garfos!
                  Com o passar do tempo meu sogro acabou trocando seu  trambulador de marchas por um novo, mas de péssima qualidade , ou talvez, de péssima mão de obra! Hoje confesso, sem medo de cometer injustiças, sinceramente, ele era muito mal atendido pelas oficinas em que levava sua Chevrolet! Pagava muito e tinha pouquíssimo retorno! Como dizem nos dias de hoje: "Custo benefício nota 100 X 0!" Ou seja, custo 100 e benefício 0 (zero) !
                      Certa vez, em uma janta, meu sogro confessou que estaria descontente com a C-10. Gostava da camionete, mas por não ter uma solução prática para o seletor de marchas, cogitava ate mesmo em vendê-la! Deixei passar o jantar, depois lhe perguntei se não gostaria de colocar uma caixa de 4M do dodge na C-10. Ele, imediatamente, me perguntou:"-Mas e dá??!!" Eu disse a ele que era uma barbada, as caixas são muito parecidas e colocando uma de 4M ele nunca iria mais se incomodar com as acavaladas de marcha!
                       Conversa vai , conversa vem, seu João agora só pensava em colocar uma caixa de dodge na Chevrolet! Certo dia então, disse a ele que, quando pudesse parar a C-10 por uma semana eu colocaria uma caixa pra ele. Assim foi feito, alguns dias depois, meu sogro estava andando faceiro da vida com sua Chevrolet, sem nunca mais pensar em se preocupar com marchas acavaladas.
                       Por algum tempo, ele foi incisivo em querer pagar pela caixa, assim também pelo meu serviço na oficina. Mas, apesar de suas insistentes súplicas, nunca aceitei dinheiro como pagamento! O que tinha feito foi um presente meu à ele pelo transtorno de ter de me aguentar na casa dele kkkk. Sendo assim, correu o tempo.
                   Seu João, como tinha serraria, automaticamente, comprava muito mato fechado! Principalmente na serra do RS, onde sempre teve muitas árvores e reflorestamentos espalhados por quase todos os municípios da serra. Seguidamente ele se embrenhava nos confins da serra, de estradas horríveis, de municípios pequenos, rodeados de muito mato para, de lá, tirar matéria-prima para seu ofício!
                       Certa vez, em uma destas viagens, ao sair me disse que traria um presente para mim! Perguntei a ele do que se tratava, mas não quis me dizer! Ele apenas me falou que tinha encontrado uma coisa que eu iria gostar muito. Um presente encravado no interior de um pequeno município da serra gaúcha e que quando retornasse, na última carga de mato, traria junto.
                        Alguns dias depois, encosta na frente da minha oficina o Ford F700 do seu João. O seu motorista, Jorge, desceu e veio falar comigo para ver onde descarregar o presente. Na hora fiquei surpreso!! Fui até na rua e me caiu os butiá !! Na garupa do Ford, um Charger RT!!           

                          Na época em que o carro chegou as minhas mãos não tive a menor dúvida quanto ao seu destino, passar o machado. Se hoje fosse, com certeza, a história teria outro desfecho.  Para termos uma ideia de como era o dodge, ele tinha o motor ruim, caixa muito boa,  teto sem vinil e sem frisos, pintado de branco. Ate que não tinha muita massa plástica espalhada pela lataria, só em alguns pontos, mas nada ao extremo. Este, nem cheguei a andar, foi logo desmanchado.

                                     Na próxima postagem  Ford Galaxie Landau 1981 Limosine