domingo, 16 de fevereiro de 2014

Ford Galaxie Landau 1979 azul

                   
                     Como contei na postagem anterior, a compra deste Galaxie talvez tenha motivado e dado início a grande paixão que tenho hoje pelos cachorros. Pois foi por ele que acabei comprando, e posteriormente me apaixonando, por um fiel amigo. Sentimento este que ao longo dos anos se tornou crescente em minha vida, não só pelos cachorros, mas por todos os animais.
                        Bueno, na primeira metade dos anos 90, bem diferente dos proprietários de dodge, existiam dezenas, talvez centenas, de proprietários de galaxies aqui na região, estes , ao contrários dos donos de dodge, tinham um poder aquisitivo alto. Estas pessoas amavam seus carros, e, naquela época, tinham uma relativa dificuldade em encontrar peças e mão-de-obra qualificada. 
                 Aos poucos comecei a agregar estes clientes a minha oficina, oferecendo serviços e, principalmente, peças! Coisa rara na época, e acredito ate hoje, uma pessoa que alem de consertar, tenha peças de reposição. Fato este, que mesmo hoje em dia, deva atormentar os donos de antigos e também das oficinas. Não bastasse a dificuldade em encontrar um bom profissional, existia a indisponibilidade de peças de reposição. Então, na verdade, o cliente unia o útil ao agradável. 
                          Bom, o pivô desta postagem, foi um médico aqui de Taquara, hoje falecido há uns 15 anos. Este, na sua época de ouro, havia adquirido um Landau 1977, prata continental, zero quilômetro. Após anos e anos com o carro, mesmo ele tendo os desgastes do uso diário, ainda era um carro impecável. Interior original e maravilhoso, pintura quase toda original , salvo pequenos retoques.
                           Por ser um carro de uso diário nos primeiros anos, acredito que entre 1977 e 1985, o Landau foi bastante usado. Como nestes anos de uso contínuo foi ganhando uma quilometragem bem alta, logicamente os problemas foram aparecendo. Na contra mão deste enorme uso, veio a carência de peças e também de uma boa oficina para sua correta manutenção.
                          Fato me relatado pelo antigo dono, que no inicio dos anos 80, o motor do galaxie apresentou uma falha crônica. Levado em diversas oficinas, ninguém conseguia resolver o problema. Passado um tempo, em mais uma tentativa,  este senhor levou o carro a outra oficina. Na mesma, foi informado que o motor precisaria retífica. Como dinheiro não era problema, foi autorizada a abertura do motor. 
                              Passado alguns dias , motor pronto, o proprietário foi chamado para levar o carro. Para resumir a história, que me parece, foi bem discutida na época, dois meses depois da suposta reforma, o bloco do 302 expulsou uma de suas bielas de dentro, ocasionando a quebra do bloco.
                   Não sei dos detalhes, mas  o que ocorreu na época, meados dos anos 80, acarretou em uma prematura e provisória aposentadoria do galaxie por seu proprietário. 
                           .  Passaram-se alguns anos e o galaxie parado na garagem do médico. Certo dia, lá por 1990, entra o médico na minha oficina. Depois de muita conversa, marquei de passar na casa do novo cliente para olhar o carro. Resumindo, alguns dias depois o famigerado automóvel voltava as ruas, belo e pleno como nunca. Usando um bloco de um Maverick V8 que eu havia comprado ano antes em um ferro velho, lógico, depois de feito.
                               Pensando nestas coisas hoje, eu vejo como é fácil ganhar respeito e credibilidade, logicamente, quando as duas partes envolvidas em um negócio seguem a risca suas obrigações, ou seja, o contratado executa o serviço assim como o contratante paga pelo tal. É fácil!
                                  Agora entra o meu galaxie da postagem de hoje! Tempos depois de fazer o motor e ressuscitar o galaxie , o médico retornou a usa-lo diariamente e também incorporou minha oficina como mão-de-obra exclusiva do galaxie. Assim, seguidamente aparecia para uma revisão. 
                                 No ano de 1993, o carburador do Landau apresentava uma grande corrosão interna, acho que pela adição do álcool à gasolina, então, após conversar com meu cliente, achamos conveniente  trocá-lo.
                             Naquele momento, carente de peças do galaxie, fui a cata de um carburador. Após falar com  pessoas do ramo, na época, me falaram de um senhor aqui da cidade, também proprietário de galaxie, que teria um à venda. Fui ate ele para tentar comprar o bendito carburador. 
                        Chegando lá, conversa vai e vem, este senhor me disse que tinha dois Landau, um 1983 de seu uso diário, e um 1979. Este último havia passado um ano antes por uma reforma. Mas, fato comum na época, a decepção do proprietário após o termino do serviço o fez abandoná-lo em um terreno baldio ao lado de sua casa. Na hora meus olhos brilharam pela possibilidade de uma nova aquisição. Como tudo nesta vida está traçado, comprei o galaxie.
                       Ele, aí ao lado do F600, anos depois da compra.

   
                      Depois de acertado o preço voltei a oficina. No mesmo dia, momentos depois, munido de algumas ferramentas, gasolina e bateria, fui resgatar o galaxie. Uma hora depois voltava a  oficina dirigindo  meu novo galaxie. 
                       De mão de um carburador, contatei meu cliente (médico) para na próxima semana colocar o novo carburador, ao qual, ate hoje, não sei seu paradeiro. Pois como já relatei na postagem anterior, foi roubado durante o final de semana. Bom, depois arranjei outro carburador para meu cliente, e no somatório final, ainda fiz um ótimo negócio comprando o galaxie, mesmo perdendo o carburador.           
                    Na próxima postagem Dodge Dart 1979 Bege Cashmere, com apena 5000km!