sábado, 30 de julho de 2011

Charger R/T 1972 Vermelho Xavante

                                  Antes de mais nada, quero agradecer o maravilhoso presente que ganhei esta semana do meu amigo Edu Coxinha! Bacana ser lembrado por uma pessoa que, na verdade, nem conhece a gente pessoalmente. Coxinha, é como te falei por e-mail, quero fazer parte desta tua turma mopariana aí, mesmo que à distância!! Abração.

                                 Semana passada, mais precisamente no sábado, levantei bem cedo e fui para o porão da minha casa. Lugar este, em que aos poucos, estou transformando em um reduto de carros e peças, meu antiquário particular.  Neste lugar, pretendo passar boa parte da vida que me resta. Bom, por enquanto, está uma bagunça generalizada, mas, passei a manhã inteira arrumando coisas, organizando e catalogando peças ainda não inventariadas. Acredito que no máximo em dois anos, esteja tudo do jeito que eu quero.
                                  Quando faço isto, esqueço da vida, de tudo e de todos! As horas passam em um piscar de olhos. Por alguns momentos, me sinto como uma ostra, vivendo em um mundo à parte, fechado, rodeado pela matéria, que a tantos anos, não faz mais parte da grande maioria da sociedade.
                                   Não raras as vezes, em que pego alguma peça e, imediatamente, retrocedo décadas. Algumas até lembro de onde sairam, de carros doadores, ou novas, de alguma agência falida. Penso o quanto era boa a vida passada. Talvez esta seja uma das inumeras explicações de o porque venho guardando tantas coisas.
                                   Mas, por vezes, por mais que me de "raiva", tenho lapsos de lucidez.  Penso nas palavras do meu falecido sogro, sr João, que foi um homem, assim como eu, que passou a vida inteira acumulando e guardando suas preciosidades. No caso dele, madeiras nobres!  Ao chegar no fim da vida, já bem perto de sua morte, seguidamente eu o escutava dizer uma frase pesada:"- Tudo é uma ilusão!" Os bens materias são como areia no deserto, não valem nada! No caso dele, aconteceu o óbvio, quando morreu, tudo foi vendido. Até não condeno, pois tudo aquilo tinha muito valor para ele, que conhecia e gostava. Aí me pergunto, vale a pena o que estou fazendo? Dedicando horas, dias, semanas, meses, anos... minha vida toda!!!??? Para, talvez, logo após minha morte, vir alguém e vender, a rodo, tudo para desocupar o meu lugar sagrado!!
                                   Bom, continuando com aquele sábado no porão. Quase meio dia, minha mulher me chama para almoçar. Subo até a cozinha e a Valquiria me diz:"- Sabe quem morreu?  E eu, quem?? O teu amigo Plinio Kellermann!"... ... fiquei em silêncio e novamente me veio as palavras do meu sogro!
                                    O seu Plinio, além de meu amigo, foi um antigo cliente. Nos idos anos 80, foi proprietário de um dodge dart, marrom, ano 1974. Não foram muitas as vezes em que negociamos, digamos, de uma maneira normal. O sr Plinio sempre foi uma pessoa simples, de poucos recursos, não tinha como gastar. Mas, quase que semanalmente, ia até minha oficina para conversar, não tinha dinheiro, mas tinha o que falta em muitas pessoas, humildade!
                                   Talvez por pena, altruísmo, ou na pior e mais feia das hipóteses, para me sentir importante, perdi a conta de quantas vezes coloquei peças de reposição em seu dodge e não cobrei nada! Pensando hoje, um preço justo pela sua agradável companhia. Por outro lado, como é bom poder ajudar alguém que realmente precisa?? Não tem preço!
                                   Sei que existem muitas pessoas que falam mal de mim, e até entendo, como eu sempre fui muito careiro com minhas peças, e neste mundo, sempre houve gente muito petulante e sem condições de ter um dodge, esta relação, logicamente, não poderia dar certo. Mas a parcela de gente boa prevalece, haja visto os exemplos que conheço!
                                   A minha esposa me acha muito parecido com o pai dela, meu falecido sogro. Adorava as coisas que tinha, para os humildes dava até de presente, para os prepotentes e arrogantes, cobrava o dobro do que valia, ou até mesmo não vendia! Eu não nego, sou bem assim! Crista empinada nunca se criou comigo.                       
                                   Bom, o sr Plinio rodou com este Dart por anos e anos a fio, todos os dias! Praticamente sem manutenção! Até que certo dia, eu uma das visitas que me fez, me disse para ir buscar o Dart em sua casa. O carro estava acabado, motor ruim, caixa idem, lata nem se fala! Não dava mais para rodar! Perguntei a ele quanto queria pelo dodge, ele sabia que o carro iria ser desmanchado, e muito pouca coisa eu iria aproveitar. Então me disse:"-Metade deste dodge é teu, pelas inumeras peças que tu colocou pra mim e não cobrou! Me paga o que tu quiser e achar justo!" Sem querer me vangloriar, paguei muito, mas muito mais, do que o carro valia. Com o que eu paguei pelo dodge, seu Plinio comprou um Fiat 147, na mesma semana. Bom, mas a história deste carro fica mais pra frente.
                                   A praticamente dois meses atrás, estive na casa dele fazendo uma visita. Sua esposa já havia falecido à três anos, seus dois filhos moram muito longe, só o visitavam em datas especiais. A mais de dois anos ele não caminhava, vivia sozinho em sua casa. Lembro que quando entrei na casa dele, estava sentado no sofa da sala assistinto TV. Ao me ver, abriu um enorme sorriso e disse:"-Qua alegria em te ver aqui!! Ninguém me visita!!!" Que frase dolorosa, meus ólhos se encheram de lágrimas naquele momento! A vida do solitário é cruél!
                                  Conversamos por quase duas horas, assuntos dos mais variados. Eu sempre puxando pelo passado, sempre ávido por detalhes da vida de antigamente. Isto para uma pessoa idosa, é a glória, pois lhe remete ao tempo em que foi útil para a falsa e imoral sociedade em que vivemos. Tudo que uma pessoa velha anseia ardentemente, é alguém que lhe escute! Depois de muita conversa, prometi a ele que voltaria para uma nova visita, que infelizmente, não fiz! Perdão Plinio!

                                   Taquara é uma cidade relativamente velha para a região onde se localiza, foi um dos primeiros município do vale do Paranhana, se não me engano, o primeiro. Nos seus quase cento e quarenta anos, muitas coisas se passaram pela cidade, muitos comércios, cinemas, etc. Taquara foi por muitos anos o centro comercial dos municípios que a circundavam. Quando algum morador dos municipios vizinhos precisavam fazer compras diferentes, vinham a Taquara. Como aqui era um pólo comercial, não poderiam faltar as agências de automóveis. Taquara teve praticamente agências de todas as marcas.
                                   A agência Chrysler ficava na avenida Sebastião Amoretti, número??. Como meu pai era cliente da agência Chevrolet, eu não tinha muito contato com a loja da Dodge, mas lembro bem das poucas vezes em que fui até lá. Lembro de um Magnum 79, vermelho Alcazar, na vitrine, lindo!
                                    Este, foi comprado por um grande empresário de Taquara, e também, prefeito da cidade por duas vezes! Certa vez, estava eu andando de bicicléta, encontrei este Magnum parado em frente a um supermercado, o empresário estava dentro do carro. Fui até lá e puxei conversa com ele. Lembro que eu estava embasbacado com a belezado do carro, e só fazia elogios ao mesmo. Ele me disse: "-Realmente, o carro é muito bonito e bom, mas não dá para andar muito, gasta muita gasolina." Saí dali pensando, putz, o cara é cheio do dinheiro, um dos homens mais ricos da cidade e é miserável!!!
                                    Este senhor tinha quase uma coleção de carros, galaxies eu lembro que tinha dois! Bom, ele ficou por alguns anos com o carro, quase não saia com ele. Quando o vendeu, em meados da década de oitenta, tinha apenas 22mil km. Este carro foi para a cidade de Caxias do Sul-RS.
                                   Lembro também de um LeBaron azul estelar, lindo, lindo, lindo!! Este foi comprado por um médico neurologista aqui da cidade. Para mim a cor mais bonita de todas.
                                   Quando a Chrysler foi comprada pela VW, seu proprietário mudou a bandeira para FIAT. Hoje , infelizmente nem o prédio existe mais, conforme foto abaixo.
Aqui ficava o prédio da revenda Dodge, ficou abandonado por muitos anos, até que o demoliram
                                     A agência Chevrolet era uma das mais fortes de Taquara e também foi uma das primeiras a se instalar aqui. Tinha sua sede bem no centro da cidade, lugar privilegiado, pois todo mundo passava em frente sua vitrine, os carros novos tinha lugar de destaque. Esta eu conheci bem, por dentro e por fora. Vi muitos Opalas, Comodoros, Diplomatas, e outros, na sua oficina e vitrine. Lembro que em 1979 estavam expostos dois Comodoros brancos, os dois com motor 4100-250S. Um tinha meio teto de vinil bege e o outro não. Um deles foi comprado por um senhor que tinha um estúdio fotográfico no centro de Taquara. Ficou com  o carro até 1986, quando o trocou por outro Comodoro 4100 à álcool. Este 79, quando foi vendido, tinha apenas 16mil km, até o senhor fotógrafo se arrependeu de tê-lo vendido. Este carro eu teria com enorme prazer.
                                     Muitos anos depois, quando o fundador da agência já havia falecido, seus herdeiros resolveram construir um novo prédio, mais moderno e maior, Faliram!
Lugar de destaque da agência Chevrolet, bem no centro da cidade. Esquina esta, que passei noites e noites conversando até de madrugada com os amigos

No vidro da porta de entrada ainda tem o nome do fundador da agência. "Joaquim Steffen & cia ltda". Não sei como os dois herdeiros do sr Joaquim não imploraram por este pedaçinho de vidro. Se fosse do meu pai... 
Rua Rio Branco. Atrás deste muro ficava o pátio da revenda. No pavilhão com telhado de zinco a oficina e lá ao fundo, esquina com a rua Julio de Castilhos, a vitrine com os novos.

Catálogo de peças Chevrolet C10/C14/Veraneio. Este ganhei de um amigo, alguns anos atrás, quando herdei minha C10 do meu sogro.
                                    A agência VW tambem tinha um movimento enorme, uma empresa que vendia muito. Meu pai comprou uma Variant 1968 zero ali. Concorria lado a lado com a Chevrolet em vendas. Faliu também. O seu antigo prédio esta sendo totalmente destruido.
Escombros do que sobrou da antiga agência Volks de Taquara

Posto de lavagem da agência Volks, nos fundos deste prédio, ficavam as oficinas.
                                    A agência DKW tinha um local de destaque, lugarzinho acolhedor, prédio bonito. Infelizmente não vejo mais muitas DKWs, mas o prédio continua em pé. Um amigo me contou que brincava dentro desta agência quando guri. Brincavam de esconde-esconde entre as DKWs zero. Palo amor de Deus!!! Quando a Volks comprou a DKW, abandonaram  o prédio. Este existe até hoje, já foi loja e supermercado, entre outras coisas. Quando eu era mais novo, sempre tive vontade de montar minha oficina neste lugar, era um sonho!
Prédio da agência DKW, esta muito bem conservado até os dias de hoje.

Interior da agência DKW-Vemag. Este prédio foi um sonho para mim, rua maravilhosa e prédio histórico.
                                    A agência Fiat existe até hoje no mesmo lugar, já mudou de dono, mas continua firme.
                                    A agência Willys ficava no centro da cidade, posteriormente mudaram o endereço para a Av Sebastião Amoretti, bem perto onde ficava a Chrysler. Meu pai comprou uma Rural zero nesta agência em 1963. Nunca entrei lá.
                                   A agência Ford também era no centro da cidade, depois foi tranferida para a Av sebastião Amoretti. Tinha um prédio novo e bonito. A vitrine da agência era pequena, entravam poucos carros. Lembo do lançamento do Maverick, já comentei aqui no blog dos dois GTs 1974 na vitrine (um vermelho e o outro amarelo). Lembro também dos inúmeros Galaxies ali expostos. Época em que se faziam carros de verdade. Eu tenho pavor de "bolotas plásticas." Tanto que hoje, meu carro do dia a dia é uma C10 1973. Vou com ela para todos os lugares em que um carro novo vai, mas a grande maioria do carros novos não vão onde eu vou com ela!!
                                  Alguns anos após o fundador desta agência Ford se aposentar, esta, estava falida. Foi então comprada por donos de uma outra agência Ford, do interior do estado. Os novos proprietários chegaram, fizeram muitas mudanças e reformas. Uma destas mudanças foi a de "limpar" todo o material antigo da agência. Eu tinha um amigo que trabalhava lá, este foi o encarregado de jogar tudo fora.
                                   No meio desta limpeza, ele me ligou e disse: Cuti, passa aqui urgente! Tem muita coisa do teu interesse!!" Fui até lá e me apavorei. Tinham caixa e caixas de antiguidades prontas para irem ao lixo. Tinham lanternas de galaxie, maverick, corcel, peças de motor, frisos e milhares de outras coisas, tudo zero!!! Outras pessoas e donos de ferro velhos já estavam carregando coisas, lembro que um cara de um ferro velho pegou uns 200 jogos de pistões do motor 292 do Galaxie/F-100/350/600!!! Tudo novo e jogado fora!!! Minha vontade foi de assaltar o cara e levar tudo!!
                                  Mas, meu amigo tinha separado algumas coisas, que achava que iriam me interessar. Verdadeiras preciosidades!! O brasileiro adora descartar o velho, que mentalidade burra!!! País sem memória, lastimável!!
                                   Olhem só o que arrecadei no lixo da agência Ford:

Catálogo de peças do Ford Corcel I

Catálogo de peças dos camihões Ford 1970. Editado em portugues. 188 páginas

Master Parts Catalog-FOMOCO- Tudo que a Ford produziu nos EUA entre os anos de 1939 e 1962. São 6475 páginas, contendo peças numeradas pela Ford. RARIDADE!!  Editado em inglês com capa de ferro!!

Catálogo americano de peças Ford de 1948 até 1954. Editado em inglês com 312 páginas

Catálogo de peças americano dos caminhões Ford produzidos entre 1948 e 1955. Editado em inglês. 282páginas

Manual de manutenção dos caminhões Ford produzidos entre 1949 e 1951. Editado em espanhol. 160páginas

Manual de manutenção dos caminhões Ford, produzidos no ano de 1952. Editado em espanhol com 160 páginas

Manual de manutenção dos caminhões Ford produzidos no ano de 1953. Editado em espanhol com 157 páginas

Catálogo de peças dos caminhões Ford produzidos em 1953. Editado em inglês. 375páginas

Catálogo de peças dos caminhões Ford produzidos em 1956. Editado em inglês. 187páginas

Catálogo de peças dos caminhões Ford produzidos nos anos de 1956 e 1957. Editado em inglês. 382páginas

Manual de manutenção dos caminhões Ford produzidos em 1958. Editado em espanhol com 287páginas

Manual de manutenção dos caminhões Ford produzidos no ano de 1959. Editado em espanhol. 175páginas

Catálogo de peças dos caminhões Ford brasileiros produzidos nos anos de 1961 até 1971

Manual de manutenção das caixas automáticas Ford produzidas nos anos de 1956 e 1957. Editado em espanhol. 112páginas

Catálogo de peças dos carros e caminhões Ford produzidos entre os anos de 1928 e 1936. Editado em português. 99páginas

Antiga agência Ford de Taquara

De outro ângulo. Olhando os carros à venda, me fazem lembrar os Galaxies e Mavericks zero na vitrine
                                          Acabei por ganhar algum dinheiro com estes manuais, várias pessoas e clientes me encomendavam cópias, então comecei a vender algumas, sob encomenda.

                                          Charger RT 1972
                     Este dodge foi todo reformado no final dos anos 80, era de um cliente de Porto Alegre. Este, tinha um sítio perto da cidade de São Francisco de Paula, praticamente passava na minha oficina todas as quintas feiras.
                    Como era de costume nas décadas passadas, muitos donos de dodge atualizavam seus carros, este foi um caso. Quando este meu cliente o comprou, início da década de oitenta, o carro já estava com a frente do 75. Os bancos também foram trocados por modelos de encosto alto.
                     Com o passar do anos, meu cliente me procurou para que eu reformasse o dodge. No andar da reforma, descobri que ele tinha em casa a frente original do 72, mas apesar da minha insistência, não quis que fosse recolocada. Disse-me ele que assim como estava era muito mais bonito e atual. Então o carro ficou como estava.
                      Esta foto abaixo, foi me entregue pelo meu cliente, algum tempo depois de eu te-lo reformado.   
Foto me entregue pelo antigo dono, infelizmente as duas outras que ganhei do carro acidentado, sumiram!

                         Um ano após a pintura do carro ter sido feita, meu cliente se acidentou com o carro. Estava fazendo uma viagem ao Uruguai, um dos pneus traseiros estourou. O carro saiu da estrada e virou dentro de um enorme depressão que havia ao lado da estrada. Meu cliente saiu ileso no acidente, mas o charger ficou bem destruido. Toda a lateral direita, a capóta e o capô ficaram muito amassados.
                         Uma semana depois do acidente, meu cliente apareceu na oficina para que eu fosse até o sítio, desse uma olhada no carro e  um orçamento da reforma. Quando vi o estado do coitado, desanimei! Depois de muito conversarmos, convenci o meu cliente a comprar outro dodge. Naquela época, os preços dos dodges eram muito baixos, não tinha como não comparar com o preço que iria ficar a reforma. Daria para se comprar uns três ou quatro dodges.
                          Alguns dias depois, meu cliente apareceu na oficina com um Magnum 1979 , branco, impecavelmente novo. Me agradeceu pelo conselho de não reformar o 72, pois pagou pelo novo dodge bem menos que custaria a reforma do 72.
                          No mesmo dia, me pediu para buscar o charger no sítio. Me vendeu o carro sem ao menos acertarmos o preço. Paguei apenas alguns trocados pelo charger, e mais algumas arrumações futuras no Magnum. Além do charger, meu cliente me entregou as peças originais do 72, como a grade, os bancos e lanternas.
                         Na minha próxima postagem conto a história de um Charger R/T 1978 azul Capri 

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Charger R/T 1979 Cinza Báltico/Preto

                          Não lembro bem ao certo a data, mas foi no inverno do ano de 1990, que, esporadicamente, um Dart 79 cinza começou a rodar pelas ruas taquarenses, suas aparições eram sempre à noite e nos finais de semana. O engraçado é que por mais que eu perguntasse as pessoas e amigos, ninguém sabia de quem era o carro.
                          Tinha quase certeza que este carro, assim como o dono, eram boêmios! Por vários e vários meses, nas minhas andanças pelas ruas de Taquara, nas interminaveis madrugadas, me deparava com este carro parado em frente a bares, boates e butecos. Sempre comentava com os amigos sobre ele, mas ninguém das minhas relações conhecia o dono. Tinha placas de São Leopoldo e somente era visto na calada da noite. 
                           O Dart misterioso vagava como se não estivesse sendo dirigido por ninguém, parecia cena do filme Christine, aquilo começava a me intrigar. Certa madrugada encontrei ele parado em frente a um bar, tinha um copo e uma garrafa de whisky em cima da capota. Intrigado, estacionei meu carro e fiquei fazendo ponto no local para esperar o dono fantasma. Fiquei quase duas horas parado, derreteu os cubos de gelo que haviam no copo, e nada. Me arrependi de não ter ido até lá, pegar a garrafa, e me servir de algumas doses, aposto que o dono iria aparecer. Derrepente chegou um amigo com sua namorada, ficamos conversando fiado, quando dei por mim, derrepente, o dodge sumiu.
                           Durante o dia nunca via o carro andando pelas ruas. Concluí que o cara vinha de outra cidade, deveria ter uma namorada aqui, ou então feito boas amizades. Certa noite avistei o carro de relance, cruzando uma rua, tentei ir atrás, mas acabou sumindo.
                          Passaram-se mais alguns meses e o suspense foi desfeito. Foi em uma sexta feira, no finalzinho da tarde, escutei um ronco de dodge entrando na rua da minha oficina, quando olhei, era ele! O dono do carro foi até minha oficina para comprar algumas peças. Aí então pude olhar Dodge com calma.
                          Em primeira vista, o dartão me decepcionou, tinham muitos podres saindo e bastante massa plástica. Mas o interior era bom, tinha os bancos originais, de dart, com aquele tecido preto praticamente impecável, o motor também parecia muito bom! Não sei se alguém conheceu este cara, mas a primeira impressão que tive dele foi certa, tinha uma cara de borracho, daquelas preparadas para o crime. O sujeito era bem mais velho que eu, na época deveria ter seus 50 ou 55 anos. Meio desleixado com as roupas e cabelo. Resumindo era o que eu imaginava, um boêmio!
                           Perguntei a ele se tinha o carro a muito tempo, me disse ele que a uns 2 anos. Não teve cerimonia nenhuma em me dizer que tinha ganho o carro de uma antiga namorada. Aí falei que seguidamente via o carro pelo centro da cidade nos finais de semana e tal e coisa. Ele me disse:"- Estou namorando um gatinha aqui da tua cidade, mas moro em São Leopoldo". Bom não entrei em muitos detalhes, então, apenas perguntei o que o trazia a minha oficina. Disse ele que precisava de um braço Pitman e algumas outras coisas da barra da direção.
                           Entramos, peguei um braço novo no estoque e lhe mostrei, falei o preço e ele me disse: "-Não teria um usado aí??" Notei naquela hora que o homem não dava a mínima importância para o carro, era apenas seu meio de trasporte. Então, guardei o Pitman novo e fui até uma grande caixa de madeira, onde tinham inúmeros braços de suspensão do dodge e do galaxie usados. Peguei um e lhe mostrei, este lhe agradou, me pagou, e virou as costas para ir embora. Era um cara de pouca conversa, apático, não mostrava os dentes. Acho que ele precisava tomar umas doses para se soltar.  Bom, ele virou as costa e foi saindo, quando estava entrando no Dart lhe pergunte:"- É de venda??"Ele foi categórico:"-Não" Ligou o carro e foi embora.
                           Passaran-se mais algumas semanas e ele voltou, veio diferente. Queria bater papo e puxar assunto, depois de alguns minutos de prosa, me perguntou:
                                           "-Ainda está de pé a tua propósta de compra?"
                           Eu disse:"-Que propósta? Não lembro de ter feito alguma!"
                           Ele:"-Na outra vez em que estive aqui tu me perguntou se era de venda, estou precisando muito de dinheiro e preciso vender o carro".
                           Disse a ele que tinha perguntado apenas por perguntar, pois seguidamente apareciam pessoas interessadas em dodge, então poderia indicar, mas não que eu estivesse interessado. Mas, perguntei a ele quanto queria, então me disse:"- Trezentos mil cruzeiros!"
                           Eu disse a ele:"-Cara, por este preço tu vai ficar com ele por muitos anos ainda, eu não tenho interesse!"
                           Ele perguntou:"-Quanto tu paga??"
                           Eu:"-Menos da metade que tu me pediu."
                           Ele virou as costas sem dizer uma palavra, entrou no dodge e saiu fedendo, quase bateu em um poste de luz que tinha em frente a oficina. Eu pensei, este já era, perdi o cliente e o carro. Mas, dois dias depois retornou na oficina aceitando a propósta. Disse ele que precisava muito do dinheiro. Então , fizemos negócio. Tudo acertado, disse a ele para irmos ao cartório fazer um recibo de compra e venda, mas ele me disse que não tinha tempo naquela hora, pegou meus dados e me traria o recibo assinado e reconhecido firma em alguns dias. Concordei, paguei o valor do carro, peguei os documentos e coloquei o Dart pra dentro.
                            Alguns dias depois eu estava me batendo atrás do homem, não tinha a menor noção de onde o encontrar para pegar o recibo. O sujeito simplesmente desapareceu da face da terra.
                           Alguns meses depois, por acaso, encontrei ele no centro de Novo Hamburgo. Agarrei ele pelo braço, botei dentro do carro, levei a Taquara e fizemos um recibo. O sujeito era desligadão, um legítimo Patropi da escolinha do professor Raymundo.
                           Bom, depois da compra deixei o Dart atirado em um canto da oficina por alguns dias. Passado um tempo, comecei a usa-lo para ir em casa ao meio dia almoçar e, posteriormente, retornar a oficina. Era muito chacoalhado! Suspensão ruim, lata horrível, pneus carecas, não sei como o cara viajava com o coitado do Dart.
                            Nesta época, minha irmã Anelise, quando ia ao trabalho, não tinha com quem deixar seus dois filhos pequenos. Meus sobrinhos Cristóvão e Marina. Na época, o Cris tinha 7 anos e a Marina 6 anos. Então, eu os levava para minha oficina para me "ajudarem" no serviço. Ao meio dia iamos almoçar na casa dos meus pais. Em algumas destas idas, nós três iamos com o Dart cinza.
                             Como o carro era todo detonado, eu fazia certas loucuras ao volante para fazer os dois pequenos darem risadas. Patinava nas esquinas, dava uns acelerões em primeira e segunda, entre outras coisas. Os meus dois sobrinhos ficavam bem loquinhos dentro do carro. Mas o que eles mais pediam, era para que eu fizesse o carro dar "estouros", como eles diziam. Tinhamos visto um filme, onde um gordão chamado tio Buck (não sei se é assim que se escreve) tinha um carrão grande, queimava óleo e dava uns tiros assim! Então, com o carro em movimento, eu desligava a chave de ignição por alguns segundos e ligava novamente. Tipo os motoqueiro fazem com as motos (corta corrente). Quando dava o estouro, eles pulavam no banco, quase se mijavam de tanto rir. São bobagens que nunca mais vou esquecer, e acho que eles também não!
                             Mas, o tempo foi passando e acabei não andando mais com o carro, larguei ele em um canto para tirar peças. Primeiro, vendi o motor e a caixa, que eram realmente excelentes. Depois vendi os paralamas dianteiros e o capô,e assim por diante. Em pouco tempo, somente tinha mais a carcaça do dart.
                           O tempo foi passando e um dia eu estava fazendo um levantamento dos documentos dos carros que eu tinha. Peguei a pastinha onde estavam os deste Dart e levei um susto! Conforme estava descrito nos documentos, não era um Dart!! Corri e fui na plaqueta. *LP23* O carro se tratava de um Charger ano 78 modelo79, cinza/preto. E dos primeiros modernos, com chassi CO89056. Caiu o saco!! Meu segundo Charger bi-clor, e desmanchado!!! Putz!

Nesta foto, já todo depenado, sem condições de retornar

Foto tirada no mesmo dia da anterior, meio desfoque, mas infelizmente, não tenho outras.

                           Aí eu pergunto pra vocês, que tipo de gente tinha dodge nas décadas de oitenta e noventa?? Olhei as longarinas dianteiras e o cofre detalhadamente, o carro tinha levado uma paulada na frente, provavelmente quebrou o bico e destruiu toda dianteira, acharam um dart em um ferro velho e colocaram a frente nova. Provavelmente os bancos do charger estavam rasgados, aproveitaram a ocasião e colocaram os bancos e o interior do dart  que lhe deu a nova frente. 
                            Mas o Dart/Charger já estava com seu destino traçado, infelizmente, foi mais um para o machado!
                           Na proxima postagem Charger R/T 1972 vermelho            

terça-feira, 5 de julho de 2011

Charger R/T 1977 Vermelho Veneza 1

                                Hoje pretendo prestar uma pequena homenagem, escrevendo um pouco sobre um grande ser humano, que foi, é, e sempre será de meu maior apreço. Que, além de ser meu cunhado, parceiro de caçadas e pescarias, é, principalmente, meu amigo. Ronaldo Atilio Viero.
                               Conheci este cara no ano de 1979, em um churrasco na cidade de Osório-RS. Almoço este, que foi realizado na fazenda do tio da minha mãe, senhor Luiz Dalpiaz, já falecido. Nesta data, minha irmã Anelise começou a namorar o Ronaldo, foi um domingo de sol, muito bonito.
                              Nos tempos que se seguiram a este encontro, o Ronaldo começou a frequentar a nossa casa em Taquara. Foi uma época maravilhosa, eu e meu irmão Diogo, logo ficamos muito próximos do Ronaldo, pois ele também, assim como nós, gostava de pescar, caçar e acampar. Sem querer rasgar seda, posso dizer com certeza, que o Ronaldo é a pessoa mais inteligente que conheço. Formado em Engenharia Mecânica e Engenharia de Produção, viajou pelo mundo todo atrás de conhecimento, novas técnicas e modernidades para as empresas em que trabalhou. Sempre digo que se um dia tiver que mandar alguém para algum concurso de conhecimentos gerais, com certeza mando ele.  E para completar, é uma pessoa de uma integridade moral sem precedentes, ele realmente é um homem de muito valor. Extremamente trabalhador, generoso, amigo, companheiro e gentíl.
                              Bom, os anos foram passando e a nossa amizade foi crescendo e se tornando tão agradavel que pareciamos irmãos. O Ronaldo era, e é, como se fosse o nosso irmão mais velho, parceiro para tudo. Ele morava em Porto Alegre, e a chegada dele à Taquara nos finais de semana, era sempre muito esperada.
                              Certo dia, alguns meses após nos conhecermos, combinamos de sair em busca da nossa primeira aventura. Lembro bem quando chegou o dia marcado, um sábado de uma manhã chuvosa de inverno. O Ronaldo tinha uma Variant azul, ano 73 ou 74, veio à Taquara na sexta à noite, para sairmos no sábado bem cedo. Antes mesmo de clarear o dia, saimos para a nossa primeira pescaria juntos. Passamos em um bar na saida da cidade de Taquara para comprarmos alguns limões e uma garrafa de cachaça "3 fazendas"(Nunca esqueci esta marca, não sei porque!). O nosso destino era a barragen do Salto, em São Francisco de Paula.

Ronaldo pescando na praia de Capão da Canoa, fevereiro de 1980. Ao fundo a Variant 1974 que, na qual, fomos em nossa primeira pescaria
                              Como marinheiros de primeira viagem, possso dizer que a nossa pescaria foi um fracasso total. Além da chuva, fazia um frio de rachar naquele dia, então, logo que chegamos no destino, peguei a cachaça e comecei a preparar uma caipira para nos aquecer. Caipira pronta, dei umas duas ou três bicadas no trago para provar, estava delicioso!! Os dois , ansiosos, aguardavam sentados à beira do barranco, esperando o primeiro gole. Eu meio estabananado e duro de frio, dei um safanão, uma gineteada, e acabei virando a garrafa de cachaça inteira na água (hahahahaha), perdemos todo o liquido precioso!! Sobrou apenas o copo que eu já tinha feito, ou seja, uma caipira para esquentar os pés de três sedentos. Imediatamente após ter virado a garrafa na água, olhei para os meus parceiros, eles me encaravam perplexos, olhando a cena, não sabiam se me jogavam na represa ou me matavam ali mesmo no barranco. Hoje, trinta e poucos anos depois, quando lembramos disto, nos matamos de tanto rir!
                                Bom, o dia seguia em frente, os dois com a cara amarrada, me tratavam como se eu fosse o pior dos bandidos. Passamos o dia inteiro com muito frio e molhados, para completar, não pegamos mais que meia duzia de peixes. Lá pelas 4hr da tarde, não aguentando mais, resolvemos voltar. Mas isto não foi o pior, quando chegamos em Taquara, todos estavam com cara de poucos amigos. Fomos saber mais tarde, que minha irmã teve uns "chiliques" porque não foi junto na pescaria, passou mal e teve que operar o apêndice. Resumindo, foi um belo começo!!
                               Os anos foram passando e nossas pescarias e caçadas foram melhorando. Algum tempo depois fomos pescar no Farol da Solidão, litoral sul do Rio Grande do Sul, muito bonito e ermo na época. Foi uma ótima pescaria. Para não termos nenhuma surpresa, minha irmã foi junto desta vez. Em outras ocasiões, fomos a Cambará do Sul, na serra gaúcha, Mostardas, Capão da Canoa, Cornélios, Bujuru, Torres, entre outras centenas de lugares. Existem tantas histórias das nossas pescarias e caçadas, que poderia passar o dia inteiro escrevendo e não escreveria tudo!

Esta foto é sensacional. Nós estavamos dentro de um barco, já anoitecendo. Seguiamos rio acima atrás de um ponto para montar acampamento e, posteriormente, pescar. Eu e o Ronaldo já estavamos meio pra lá de cerveja. Não reparem o "cofre", olhem para outros pontos. É que com a manguaça alta, a gente perde um pouco  compostura! Rsrsrs"
                                  Certa vez começamos a fabricar o nosso primeiro barco. O Ronaldo fez o projéto e executou. Eu e meu irmão ajudamos um pouco, eu, mais atrapalhei do que ajudei. Por vários sábados nós trabalhavamos incansavelmente, na garagem da nossa casa. O barco foi totalmente construido em madeira naval, um luxo de barco. Pena que não andava na água. Foi um fracasso!!! A inauguração foi em um canal na localidade de Terra de Areia. Foi na época em que eu tinha a Veraneio verde. O barco foi em cima da mesma. Ao chegarmos lá, uma das primeiras coisas que o Ronaldo e o meu irmão Diogo fizeram, foi coloca-lo na água. Me convidaram para entrar junto no batismo , mas não fui. Ainda bem, porque os dois passaram vergonha!!
                                  Simplesmente o barco não tinha direção, cada remada, enveredava para o lado sem direção. Era horrivel!! Os dois dentro do barco, remando desatinados e eu na barranca com cólicas de tanto dar risadas. A gota dágua foi quando um outro barco de pescadores se aproximou, os caras olharam para o Ronaldo e o meu irmão, começaram a rir e gritaram:"-TIRA ESTE ARMÁRIO DE DENTRO DA ÁGUA"!!! Foi o mesmo que despejar um balde de água fria em cima de nós!! Imediatamente, os dois sairam da água, puxamos o barco para fora e o recolocamos em cima da Veraneio!Resumindo, meu pai deu uma finalidade a ele, nos dias de hoje, o barco é um armário na garagem da casa de praia, lá em Capão da Canoa.
                                  Ronaldão, tu é o cara!!! Disparado meu melhor parceiro de acampamento. 

Depois de um dia inteiro caçando, na fazenda do meu amigo Dinho, em Cambará do Sul. Meu irmão Diogo e o meu cunhado Ronaldo acariciando a minha filha Polara

Nós estavamos caçando em uma fazenda na cidade de Cambará do Sul.  Meta vinho cunhadão!!!

Na fazenda do meu grande amigo Dinho, em Cambará do Sul, serra Gaúcha. Da esquerda para a direita: Dinho. Eu com minha filha Polara no colo. Um rapaz que não conheço. Ronaldo. Meu irmão Diogo. Fernanda, a mulher do meu irmão, com meu sobrinho Germano no colo
                                    De todos os pescadores que conheço, tu é o melhor na arte de fisgar lambaris que se tem notícias. E como tu mesmo diz, sem os lambarís, não tem peixes maiores, é a base da cadeia alimentar!! Também é um verdadeiro mestre na sinuca, com suas tacadas precisas e sempre muito bem elaboradas. Meu professor!!!

Lembro bem deste dia, era um sabado de manhã. Estavamos em uma casinha na praia de Mostardas, nos preparavamos para ir pescar

Belina atolada, mas tentando ardentemente chegar na praia do Bujuru, local paradisíaco, no qual eu moraria com toda certeza!

Em uma pescaria na praia de Mostardas, sul do Rio Grande do Sul. Na foto estão, da esquerda para a direita: Meu irmão Diogo, eu, meu outro grande amigo violinista e exímio pescador Floriano, já falecido. Seu irmão Brito e por fim o Ronaldão

Foto tirada na virada do ano, 31/12/2002. O whisky rolando solto.
24 de Junho de 2001. Anaversário do Ronaldão. Das esquerda para a direita: Meu pai, Rodrigo, Gilberto  e Ronaldo

                                            Alguns dias atrás, eu e minha irmã Anelise, esposa do Ronaldo, estávamos procurando algumas fotografias antigas das nossas caçadas e pescarias. Eu esperava achar algumas fotos de carros meus, nos quais fomos para tais aventuras.  No entanto, encontramos um acervo de fotos quase pré-históricas do pai do Ronaldo. Sr Atilio Viero, um eximio caçador. As quais pósto aqui, para que todos nós possamos admirar. Em baixo de cada imagem, vou transcrever fielmente o que está escrito no verso de cada foto

Mato Grosso - Suia-Missu - Fazenda AGROVAS Propriedade do deputado Augusto Trein, de Passo Fundo -RS-     28-8-1976 - Tatu Canastra- 

Maio de 1945 - Campos, estado do Rio de Janeiro - Professor Dr. Martaguo Gesteiro (fal. 30-5-1954), Cid Campos e Attilio Domenico Viero

19-5-1946 * Fazenda do Dr Olimpio * S F Bomn  - Prof M. Festuia,  Dr PecinCrespo, Cid e Attilio Domenico Viero

Fazenda Agrovas- Suia Missu - Mato Grosso -  Agosto de 1975 - Barra das Garças - Cateto morto pelo Miguel , a fazenda pertencia ao deputado federal Augusto Trein de Passo Fundo RS

Campos - Estado do Rio - Laranjeira, Dr Bucham, Attilio Domenico Viero e SilvioPinto * 25-9-1949*

*21-7-1946* Perdizes caçadas no palacete- Laranjeira, Cid e Attilio Domenico Viero - Meu Fordeco 1929

Caçada de perdizes nas Pitangueiras - Osório - RS *25-6-1955*

Fazenda do Dr Olimpio Pinto - *1946* São José da Barra- RJ - O valente Fordeco modelo "A" - Attilio Domenico Viero, Dr Prof. Marteguo Gesteira, Cid Campos

Campos, estado do Rio de Janeiro * 2-10-1949* São Julião- Taimbé

Ao amigo Sr João. Uma lembrança dos amigos Cid e Attilio Domenico Viero * 3-7-1949*

Em Pinheiro Machado - Caçada de perdizes e perdigões - Attilio Domenico Viero e Ricarte Leon * 22-7-1956*

Julho de 1946 - Cid Campos, Cid Oruelos, "Zoio" Mota Melo e Attilio Domenico Viero - Poço Fundo

Arroio Teixeira - Sinval A. Ribeiro e Attilio Domenico Viero* Junho de 1956*

*29-7-1961* - Osório RS - Marrecões- Da esquerda para a direita: Helio Cessim, Luiz Leal, Otaviano Femes, Sergio Peixoto e Attilio Domenico Viero

1945 - Fazenda do sr Olimpio - São João da Barra Estado do Rio de Janeiro

Travessia do rio Araguaia - Barreira do Campo- Pará- Agosto de 1977 - Sauto Sua do Araguaia- Da esquerda para a direita : S. Valter, Ruy, Attilio Domenico Viero e Genésio

Opinião, agosto de 1952 - Campos - RJ  - 1 Macuco - Ford Mod. "A"

Córrego do Jundiá - ES -  Setembro de 1951

A primeira caçada de Perdizes realizada no município de Campos, estado do Rio de Janeiro. Maio de 1945. Com a presença do Dr Prof. Mortaguo Gesteira

Pele Urso caçado na Alemanha em maio de 1959

                                            Dodge Charger RT Vermelho

                                     A compra deste carro se deu de uma maneira comum na época de grande movimento da minha oficina. Isto foi no final da década de oitenta.   Um cliente meu tinha três dodges, sendo que este Charger me foi dado em troca da reforma do motor de um outro. Isto aconteceu comigo umas três ou quatro vezes.
                                     No principio, depois de acertado o preço da reforma do motor, este cliente me deixou o outro Charger dele, um branco ano 77, para iniciar os trabalhos de reforma. Durante o trabalho no motor, este senhor me trouxe este Vermelho Veneza para que eu o vendesse. Então comecei a rodar diariamente com o Dodge para fazer propaganda de venda. Entre as dezenas de propóstas que surgiram, nenhuma acabou sendo aceita. Por fim, o Charger que eu estava reformando ficou pronto e nós não tinhamos chegado a forma do pagamento do serviço.
                                   Passara-se mais alguns dias e o proprietário acabou me oferecendo o Charger Veneza em troca de serviço do motor. Confesso a vocês que a propósta na época não me agradou nem um pouco, apesar do carro em questão me parecer muito agradável. Tinham várias coisas que não eram muito boas, mas no geral era um bom carro.
                                    Fiquei com ele mais alguns dias e acabei aceitando a oferta.
Em frente a minha oficina no início dos anos 90.
Foto tirada na fazenda de um amigo, na cidade de Cambará do Sul, na serra Gaúcha. A mesma em que tinhamos ido com o Dart Capri. Em uma das minhas caçadas nesta fazenda, fui com este Charger, minha esposa Valquiria esta sentada ao volante. Estava anoitecendo, nós iriamos até a cidade comprar alguns mantimentos.
                                    Tem alguns carros que tive, que praticamente não tenho muito o que contar, este foi um deles. A única viagem que fiz, foi esta , da foto acima, quando fui acampar na cidade de Cambará do Sul.
                                   As coisas, por vezes são engraçadas, quando eu estava tentando vende-lo, não apareceu um bom negócio para o Charger. Assim que o antigo proprietário me passou o carro por conta, de mão de obra, começaram a aparecer compradores com propóstas interessantes. Passados mais alguns dias, não chegou a dois meses,  acabei vendendo o carro.
                                         Na próxima postagem, falo de um Charger RT 1979 Cinza/Preto